HOMENAGEM


Homenagem



Aos quatro ou
cinco anos, eu era uma garotinha que já gostava de fazer versos. Parece que eu
encerrava as minhas “apresentações” sempre com a mesma frase: bonecas no meu
coração. Tudo a ver com a minha paixão do momento...
Ao longo de
minha vida ouvi meu pai repetir esta estória. Aliás, sempre com muita alegria e
orgulho da “precocidade” da primogênita.
Por isso, o
título do blog é uma homenagem a meu pai, Humberto Narbot.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

REFLEXÕES SOBRE O ESCREVER


 
Ontem me perguntaram o que escrever representa para mim.

Engraçado, nunca havia pensado sobre isso.

Talvez porque sempre haja escrito sob impulso, aquilo que alguns chamam de inspiração.

A “coisa” acontece nos mais diferentes lugares e ocasiões. Pode surgir em situações prosaicas, como ao fazer compras em um supermercado, ao exercitar-me na esteira, ao acordar pela manhã, sob o chuveiro, numa noite de insônia. Ou então em momentos propícios à reflexão e ao romantismo: o contemplar do vai-e-vem das ondas do mar, um por do sol, o caminhar sobre o vetusto calçamento de uma cidadezinha medieval. Outras vezes, instigada por uma conversa, uma leitura, uma notícia.

Surge então, mais que o desejo, a necessidade de colocar aquelas idéias no papel.

Busco, então, papel e lápis, como quem busca o ar.

Às vezes surge um texto praticamente pronto, acabado. Outras, são apenas ideias que se anota para desenvolver depois. Mas é sempre um “brotar”, como uma planta brota do solo.

Reflito agora que escrever é, então, uma necessidade, uma urgência, uma premência.

Mas, necessidade de que?

De exorcizar fantasmas, de fazer catarse de angústias, de cantar a felicidade, de contar o cotidiano.

E, também, a necessidade, talvez a urgência, de autoconhecimento, de saber quem realmente sou. De mostrar, primeiramente a mim mesma, como vejo o mundo, qual é meu olhar sobre a vida e o viver. Exercitar meu lado “filósofa-psicóloga”.

Aquela pergunta de ontem motivou este texto. Ela me fez pensar nos porquês de alguma coisa que eu fazia instintivamente, sem buscar suas causas ou motivações. E olhe que é algo que faço desde a adolescência, já lá se vai bem mais de meio século!

É, sempre é tempo de refletir sobre nós mesmos. Para começar a fazê-lo, basta uma pedra na rua ou uma palavra qualquer...

Um comentário:

  1. Escrever possui tantos motivos quanto voltas possuem nossas veias. Talvez nossa esperança de conseguir interpretar pisadas na terra, olhadas nas nuvens e esbarrões nunca desejados. Um jeito novo de andar por onde andamos com novos olhares...Gosto de ler suas linhas e da forma como descreve tudo que vê. Consegue passar calma e sabedoria com toques que enfeitam tudo que seu olhar cerca.

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