Gosto de escrever,
embora não tenha nenhuma formação na área de Letras. Nem em Ciências Humanas. De
humano mesmo, somente o coração. Que as Ciências Biológicas, estas sim minha
área de formação e atuação, me informam não ser a sede das emoções e
sentimentos. Estes residem no cérebro. Importa-me lá! Faço os dois dialogarem,
e sigo em frente!
Gosto também de
gente. De conversar, de observar, de ouvir. De incentivar, de aliviar quando
possível, de consolar. De saber, não por curiosidade, mas por verdadeiro
interesse, como e porque sentem o que sentem. Não quero saber os detalhes da
vida delas, mas de conhecer e tentar entender seus reais sentimentos, muitas
vezes ocultos em frieza ou indiferença. Aprendo muito com as pessoas. Cada uma
com quem converso me traz algo, me deixa um pouquinho dela. E me enriquece. Nesse
quesito, sou bilionária. Pois converso desde sempre, na fila do supermercado,
em salas de espera, reuniões. E, claro, dentro de meu consultório. As histórias
que ouvi ao longo da vida dariam não um, mas vários livros. Afinal, só de
profissão tenho mais de meio século!
E como gosto de escrever
e gosto de gente, escrevo sobre gente. Sobre suas dores e alegrias, suas conquistas
e frustrações. Conhecidos ou desconhecidos, reais ou hipotéticos, os seres
humanos povoam minha imaginação. E, queira a Biologia ou não, estão para sempre
fincados em meu coração...
Campinas, 29/10/2021