HOMENAGEM


Homenagem



Aos quatro ou
cinco anos, eu era uma garotinha que já gostava de fazer versos. Parece que eu
encerrava as minhas “apresentações” sempre com a mesma frase: bonecas no meu
coração. Tudo a ver com a minha paixão do momento...
Ao longo de
minha vida ouvi meu pai repetir esta estória. Aliás, sempre com muita alegria e
orgulho da “precocidade” da primogênita.
Por isso, o
título do blog é uma homenagem a meu pai, Humberto Narbot.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso...


Foto: arquivo pessoal

Viajar é muito bom. Trazemos conosco, incrustadas na alma, paisagens e vivências diversas. Entramos em contato com culturas totalmente diferentes da nossa, muitas vezes nos sentindo deslumbrados, outras vezes, chocados. Mas, é preciso saber aceitar as diferenças. Dizia minha avó: “cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso.” Penso que ela estava certíssima.

A comparação é sempre perigosa, porque baseada em muito subjetivismo e gosto pessoal. Um mesmo lugar pode ser adorado e endeusado por alguns e odiado por outros. Difícil ser objetivo, confesso.

Eu, por exemplo, me encanto com coisas antigas. Passear por Paris e observar a uniformidade, até uma certa monotonia das edificações, me deslumbra. Talvez porque, vivendo num país de pouco mais de quinhentos anos, é difícil imaginar algo que esteja edificado há mais de mil. O que não me impede de ter ficado apaixonada pela arquitetura de Chicago, com toda a sua modernidade. Em tudo podemos encontrar beleza ou feiura, questão de como olhamos as coisas.

Porém, mais uma vez, o que me chamou a atenção, foi a relação do parisiense com os livros e a leitura. Nào bastassem excelentes e numerosas livrarias, ainda há os famosos “bouquinistes”, as bancas de sebo à beira do Sena.

Observei muita gente com livros nas mãos, lendo no metrô – inclusive os que viajavam de pé – em filas, etc. Gente de toadas as idades, não eram só velhos, não. Jovens que, seguramente não estavam lendo para trabalho escolar, pois o ano letivo havia se encerrado e eles estavam em plenas férias de verão. Gente indo para o trabalho, para as compras, para os compromissos. Leitura de jornal em profusão. O mesmo nos trens para outras cidades.  Claro, havia também gente de todas as idades, coma visão fixa na telinha do celular, teclando sem parar. Numa clara demonstração de que pode haver convivência pacífica entre o antigo e o moderno.

Como devoradora de livros, apaixonada pela leitura, inevitavelmente fiz a comparação entre eles e nós. Não temos o hábito da leitura. Em geral, (há inúmeras exceções), os adultos leem pouco e os jovens o fazem por obrigação escolar ou de vestibular. Mas é preciso reconhecer que, na França, os livros são baratos, sobretudo as edições de bolso. E aqui, livro é objeto de luxo, acessível a poucos. Para que se crie este hábito de ler, para que se possa fomentar a cultura, são necessários programas educacionais de vulto.

Enquanto isto, nada de comparações. Vamos mesmo ficar com o dito popular...

 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

TURISMO





A viagem pela França ainda turbilhona em meu cérebro. Paris continua uma festa. Strasbourg e Colmar encantam exibindo ares de influência alemã, misturando culturas. Reims com sua Catedral Gótica onde 32 reis da França foram coroados e sagrados traz história, mas também deliciosos champanhes – a famosa Veuve Clicquot, a Moet et Chandon, além de várias outras marcas. Bordeaux tem muito charme e excelentes vinhos, a medieval Saint Emilion é toda ela patrimônio histórico da Humanidade. O vale do Loire e seus castelos parecem cenário de contos de fadas.
Vimos tanta coisa, que tudo ainda precisa ser sedimentado e digerido, para render frutos.
Vem-me à memória apenas uma passagem pitoresca, típica do turismo apressado e consumista.
Depois de dias de frio e céu nublado, finalmente o verão chegou, num luminoso dia de sol perfeito para o passeio programado: Giverny e os jardins de Monet. Conservados até hoje como nos tempos de seu dono, dão-nos a sensação de caminhar dentro das telas do pintor, ao redor do lago e das ninfeias, cercados pelos chorões.
Quando estávamos chegando ao local, um grupo de turistas brasileiras muito jovens, caminhava a poucos passo de nós. Foi quando ouvimos o seguinte diálogo:
 - Afinal, quem é este tal de Claude Monet?
- Acho que é um pintor meio famoso.
- Ah, mas ele já morreu ou ainda está vivo e morando na casa?
Neste momento, achamos melhor apressar o passo...