HOMENAGEM


Homenagem



Aos quatro ou
cinco anos, eu era uma garotinha que já gostava de fazer versos. Parece que eu
encerrava as minhas “apresentações” sempre com a mesma frase: bonecas no meu
coração. Tudo a ver com a minha paixão do momento...
Ao longo de
minha vida ouvi meu pai repetir esta estória. Aliás, sempre com muita alegria e
orgulho da “precocidade” da primogênita.
Por isso, o
título do blog é uma homenagem a meu pai, Humberto Narbot.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PROJETO UM TESOURO CHAMADO LIVRO - MUTIRÃO CULTURAL



 
 

Hoje teve início o Projeto Um Tesouro Chamado Livro, atividade que se repetirá todo dia 30.
 
É um projeto do Portal do Poeta Brasileiro e da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, ideia da acadêmica Vera Salbego , do Rio Grande do Sul. Membros do Portal e da ANLPPB espalhados pelo Brasil todo, hoje deixarão livros em locais públicos, com um bilhete explicativo, no intuito de incentivar a leitura.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

QUEDA


Desnuda, poeta, a alma
Canta tua dor
Verte todas as lágrimas
Sonha com o amor
Procura rimas
E depois, desaba...

sábado, 24 de agosto de 2013

Noturno


A noite embala meus sonhos
ingênuos e cansados
de ser sonhados
inutilmente.
A noite embala meus sonhos,
eles dormem.
Sem sonhos para sonhar,
ouço o noturno
que a noite canta para as estrelas
sem saber chorar.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O PENSAR DE CADA UM




No livro “A Garota das Laranjas”, de Jostein Gaarder, o personagem Georg cita “o velho caderno da casa de campo”, onde seu pai costumava fazer anotações. Quando o pai de Georg morreu, este tinha apenas quatro anos. Foi através deste caderno, e de uma carta que o pai lhe deixou, que Georg pode tomar contato com fatos de sua primeira infância, e conhecer melhor o pai de quem mal se lembrava.
Inspirada neste caderno da casa de campo, resolvi-me a ter um caderno da casa de praia.
Por que não? Afinal, todos nós, seres humanos, somos dotados da capacidade de pensar. Capacidade, aliás, compulsória, porque não conseguimos deixar de exercê-la.
Embora não sejamos filósofos, grandes pensadores, sábios ou eruditos, ainda assim, ao longo da vida, vamos construindo nossas ideias e conjunto de valores. Em contato com outros seres humanos, com livros, filmes, músicas, acontecimentos, alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, vamo-nos modificando, amadurecendo. Forjamos nossos conceitos sobre a vida e o viver. Por que não registrá-los?
No caso do livro, era um pai com uma doença terminal, que sabia que não iria ver o filho crescer. Quis, então, deixar algo de si ao filho pequeno, para que este, quando adulto, pudesse conhecê-lo.
Não chegamos, talvez, a esta tragédia. Inclusive, nossos filhos e netos podem nem se interessar por aquilo que temos a dizer. Mas, o fato de escrever sobre o que pensamos e sentimos, fornece-nos a oportunidade de atingir o autoconhecimento, o que, convenhamos, não é pouco!
Dizia o grande filósofo grego da antiguidade: Conhece-te a ti mesmo.
Sigamos o conselho. Deixemos registrados em secretos cadernos, pensamentos e sentimentos de cada momento. Ao relê-los mais tarde, certamente muitas surpresas estar-nos-ão reservadas!

sábado, 10 de agosto de 2013

CORRESPONDÊNCIA

 
Acostumei-me aos emails, afinal estamos no século XXI. Mas, tenho saudade das cartas, que sempre gostei de escrever.
Um email pressupõe brevidade, concisão, síntese, pois os dias de hoje literalmente correm, não há tempo para grandes conversas, detalhes sem importância, pequenos nadas. Uma carta permite maior extensão, jogar conversa fora, dizer coisas banais e corriqueiras.
Quando eu era adolescente, estava na moda a troca de correspondência com outros jovens de outros países, em inglês, para treinar o idioma. Tive várias correspondentes, no Japão, Canadá, EUA. A maioria delas, logo foi interrompida. Entretanto, com uma jovem americana a correspondência manteve-se de 1958 até lá por volta de 1973. Neste meio tempo ela casou-se, teve filhos, eu também, e as cartas continuavam, só mudando o assunto pois haviam mudado as preocupações do momento. Depois, não sei o porquê, as cartas cessaram. Coisas da vida.
À época em que iniciei esta troca de cartas, na rua em que eu morava não passava carteiro. Era necessário ir à agência dos Correios do bairro para retirar a correspondência. Coisa que eu, com tempo de sobra, fazia quase todos os dias. Imaginem fazer isso hoje!
Mas, apesar dos pesares, não perdi o gosto pela troca de cartas. Assim, se alguém tiver vontade e vagares, pode trocar comigo longa epístolas, ainda que eletrônicas...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

GOTAS



Na folha em branco
gotejam letras
escorrem palavras.
 
Palavras-ímãs
atraem sonhos
lágrimas
dores
risos
amores.
 
Gotejam letras
escorrem palavras.
 
Gotas.
Go
   te
    jam.
Go
   te
    jam.
 
O lago, versos.
 
 
(Lago Igapó - Londrina, PR - foto da autora)