HOMENAGEM


Homenagem



Aos quatro ou
cinco anos, eu era uma garotinha que já gostava de fazer versos. Parece que eu
encerrava as minhas “apresentações” sempre com a mesma frase: bonecas no meu
coração. Tudo a ver com a minha paixão do momento...
Ao longo de
minha vida ouvi meu pai repetir esta estória. Aliás, sempre com muita alegria e
orgulho da “precocidade” da primogênita.
Por isso, o
título do blog é uma homenagem a meu pai, Humberto Narbot.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

CAUSOS DE ANTIGAMENTE


 
Ocorreu lá por 1947 ou 48. Eu era pequena, não me lembro do fato, mas sim do “causo” que meus pais contavam. Lembro-me – pouco – da personagem.

Mamãe trabalhava fora o dia todo. Eu ficava na casa de minha avó, mas era necessário alguém para auxiliar mamãe no cuidado dos serviços domésticos.

Indicada por conhecidos como sendo alguém de boa índole, de confiança e bons costumes, chegou um belo dia, vinda de uma fazenda nos confins do estado, uma moça gorda e calada.

Tímida, não encarava ninguém, mantinha sempre os olhos baixos.

Primeiro dia da moça em casa, mamãe tendo que sair para trabalhar. Não havia jeito, deixou-a sozinha.

Início da noite, ao retornarem do trabalho, meus pais viram a casa totalmente às escuras, janelas abertas, portas destrancadas.

Mamãe pensou imediatamente: a moça foi embora, não agüentou as saudades de casa e fugiu!

Preocupados, sem saber o que havia acontecido, se a casa fora assaltada, meus pais entraram pelos fundos da casa. A porta da cozinha estava escancarada. Assustados, acenderam a luz.

Para seu grande espanto, lá estava a moça, sentada a um canto, quieta, encolhida, cochilando. Assustou-se com a luz bruscamente acesa e benzeu-se: Cruz credo!

Mamãe perguntou: Augusta, por que você ficou no escuro, em vez de acender a luz?

Veio a resposta simples: Ih, dona, bem que eu quis alumiá a casa, cacei por todo o lado, mais num achei os lampião...

 

2 comentários:

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