HOMENAGEM


Homenagem



Aos quatro ou
cinco anos, eu era uma garotinha que já gostava de fazer versos. Parece que eu
encerrava as minhas “apresentações” sempre com a mesma frase: bonecas no meu
coração. Tudo a ver com a minha paixão do momento...
Ao longo de
minha vida ouvi meu pai repetir esta estória. Aliás, sempre com muita alegria e
orgulho da “precocidade” da primogênita.
Por isso, o
título do blog é uma homenagem a meu pai, Humberto Narbot.

quinta-feira, 28 de março de 2013

PROCISSÃO DO ENCONTRO


É tempo de Páscoa

e me vem à mente a infância

e as coisas simples que então havia:

o capim pro coelhinho,

ovos cozidos tintos com cascas de cebola,

e as procissões,

ah! as procissões.

A do Encontro era de madrugada

bem cedinho;

papai ia com os homens

por um caminho

e eu por outro,

com as mulheres.

Ao fim da procissão,

defronte à Igreja,

o Encontro,

que para mim, pequenininha,

não era o do Cristo com Sua Mãe,

mas meu encontro com papai.

Nas procissões noturnas

havia as velas, tão bonitas,

e o medo de que alguém

incendiasse os cabelos do vizinho

Quisera eu ser ainda

a menininha

e, ao fim da procissão

do Encontro,

poder, de novo, encontrar meu pai.

4 comentários:

  1. E eu também. Queria acordar de manhã com minha mãe e meu pai gritando: "Corre! O coelho já está indo embora!" E ver meu ninho cheio de ovos e bombons. Lindo poema, Lu. Me comoveu.

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    1. Obrigada, Ana. Nestas datas a gente sente mais falta de quem já se foi.

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  2. Saudade dos tempos idos... Você me fez chorar. Não vale isso !!!

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    1. Rachel, obrigada pela leitura. A saudade bate forte, isto é verdade, mas recordar é viver duas vezes e na recordação o passado vem sempre num colorido mais bontio.

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