Na foto, um edifício de vidros espelhados reflete
outro. E, enquanto o reflete, incorpora-o. Apossa-se de seus contornos, de sua
sombra. Já não é mais o mesmo, pois tem em si gravada a imagem do outro.
Almas são também superfícies espelhadas, a refletir
outras almas. De certo modo as incorporam, apoderam-se de suas sombras e luzes,
de suas essências e nuances. Porém, ao contrário dos edifícios, movem-se. E
encontram assim maior oportunidade e gama de escolhas do que vão refletir. A
cada momento, mudando o objeto refletido, modificam-se e enriquecem-se.
Foto da autora
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