HOMENAGEM


Homenagem



Aos quatro ou
cinco anos, eu era uma garotinha que já gostava de fazer versos. Parece que eu
encerrava as minhas “apresentações” sempre com a mesma frase: bonecas no meu
coração. Tudo a ver com a minha paixão do momento...
Ao longo de
minha vida ouvi meu pai repetir esta estória. Aliás, sempre com muita alegria e
orgulho da “precocidade” da primogênita.
Por isso, o
título do blog é uma homenagem a meu pai, Humberto Narbot.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

INFÂNCIA


 

 

Quisera ser ainda menina

a deslumbrar-me com o mundo

e a perguntar

quem acende as estrelas do céu

e apaga o sol?

onde fica escondida a lua

enquanto é dia?

quem plantou as florestas

quem encheu de água os rios

quem pôs sal no mar?

Quantas perguntas urgentes,

importantes,

ainda que impertinentes,

uma criança se faz.

O adulto cala as perguntas.

E esquece logo as respostas,

se resolver perguntar.

 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

MOLDE


Sou o reverso
do meu verso,
do meu avesso
moldado em gesso.
Sonho e disperso.
Busco o diverso.
Mesmice? Devoro.
Escorre vida de cada poro.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

AMOR E TERNURA

 
 



Quando sentires uma tristeza infinda

Em teu frágil coração

De humana criatura,

Pensa em mim

E deixa que eu te leve

Meus doces sonhos

De amor e de ternura.

 

Quando ouvires

Talvez na voz do vento,

Num sopro, um toque de amargura,

Pensa em mim

E deixa que eu te leve

Pelos meus lábios

Sons de amor e de ternura.

 

Quando não puderes

Mais ver o sol da Vida,

E em ti sentires

Um misto de ódio e de loucura,

Pensa em mim

E deixa que eu te leve

No meu olhar

A luz de amor e de ternura.

 

Se tu sentires, um dia,

Estar sozinho,

E que ninguém no mundo te procura,

Pensa em mim

E deixa que eu te leve

Minha presença

De amor e de ternura.

 

Se tu sentires que tua vida está vazia

E que dentro de ti cada vitória

Tem o sabor amargo da tortura,

Pensa em mim

E deixa que eu te leve

Meu coração

Com meu amor, minha ternura.

 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

FUGA



 

 

Em gavetas, abandonados

Dormem meus versos tristonhos.

Mesmo estando bem trancados

Resvalam para os meus sonhos.

 

Que fazer com estes versos

Que não querem se esconder?

Quando os vejo, estão dispersos

Contrariando meu querer.

 

Toscos versos, emanados

Do tropel dos sentimentos

Hoje fogem apressados

A escapar dos pensamentos.

 

Que fazer com estes versos

Se não se deixam prender

Preferindo estar dispersos

Só p´ra não me obedecer?

 

Insone, na madrugada

Desejo estes versos calar.

Nem chave, nem tranca, nada

Os conseguiu segurar.

 

Que fazer com estes versos

Que não consigo reter?

Em sua própria alma imersos

Vão-se eles, sem se deter.

 

Pobres versos machucados

Desejam somente viver!

 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Pensamentos - 1 - O seixo e o coração

 
imagem dreamstime.com - via Google
 
 
 
Tanto rola o seixo, batendo-se contra as pedras maiores do calçamento, atritando-se na terra dos caminhos, que suas pontas aguçadas se desgastam, sua superfície rugosa se alisa. Assim o coração do Homem, rolando durante os séculos e milênios, batendo-se nas quinas da vida, raspando nas necessidades, tombando ao sabor dos sofrimentos, tem suas arestas aparadas pelas dores, sua dureza abrandada pelas mágoas. Tal qual o seixo, o coração humano é moldado e reformado nos embates que a Vida lhe apresenta.



sábado, 1 de fevereiro de 2014

Prisão (Poetrix)

Imagem: cienciaseviver.blogspot.com
 
 
 
 
 
Prisão
 
Fio da vida tece teia
tece sonhos.
Tênue rede prende a aranha.