Chegam
palavras
movem-se
pensamentos
brotam
sentimentos:
surge
o verso.
Mas
foge célere
sinuoso,
escorregadio mesmo.
Onde
papel e lápis
que
o domem, moldem, capturem?
Fugidio
verso,
escapa,
indomável,
na
pressa do momento
no
rolar dos minutos
no
dançar dos pensamentos.
Voltará,
quem sabe,
na
magia de um segundo
num
olhar doce, sereno,
profundo.
Estará,
talvez, logo ali
no
dobrar de uma esquina,
ou
então não,
escondeu-se
para sempre
quieto,
sossegado, silente,
imóvel,
no
apagar do mundo,
nos
confins da mente.
(do livro Versos ao Longo do Caminho)